"(...) o processo de alfabetização se inicia quando abrimos os olhos e vemos a luz pela primeira vez e se finda quando fechamos os olhos pela última vez."
José de Nicola
Embora a taxa de analfabetismo tenha caído entre pessoas de 15 anos ou mais, atinge 9,7 % da população brasileira, o que representa mais de 14 milhões de pessoas que não sabem ler ou escrever. A maior parte deste grupo é de homens, maiores de 25 anos, moradores da região Nordeste onde cerca de 18,7% da população é de analfabetos.
O Decreto 59.452, de 3/11/1966, assinado pelo presidente Castello Branco, instituiu o dia 14 de novembro como O Dia Nacional da Alfabetização em homenagem à data do decreto no 1.9402, de 1930, que criou o Ministério da Educação e Cultura.
Em 1968, o presidente Costa e Silva assinou o decreto 63.326, de 30/9/1968, que conservou o dia da comemoração, mas alterou dispositivos para efetuá-la. Atualmente, a alfabetização constitui a mais importante ferramenta para que a pessoa possa exercer a sua cidadania.
Alfabetizar não significa apenas promover técnicas de leitura ou de escrita, envolve muito mais que codificar ou decodificar símbolos, sinais, letras, sons... Inclui também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral, para que os indivíduos possam interagir e socializar-se, expandir e acessar novas culturas, aprender, ensinar e transformar uma sociedade sob a perspectiva de obter informações e ampliar conhecimento de si mesmo, dos outros e do mundo. Alfabetizar é preparar o indivíduo a se desenvolver, transformando-o em cidadão letrado.
"Letramento é o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita." Um indivíduo letrado, portanto, não é apenas alfabetizado, é aquele que utiliza a escrita e sabe "responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente" (Soares, 2003).
O nível de letramento é determinado pela variedade de gêneros de textos escritos que as pessoas reconhecem ou que possam desenvolver. Sendo assim, dependendo do ambiente em que a criança está inserida, o nível de letramento pode variar muito. Será superior quando ela estiver em contato com um mundo letrado oferecido, em primeiro lugar, por pais ou familiares alfabetizados, mais adiante pelo ambiente no qual estará inserida. Segundo Paulo Freire, "o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da 'leitura' do mundo".
Hoje, sabemos que o mundo digital é o propulsor mais imediato para mudanças positivas na democratização de ensino. Urge, portanto, o LETRAMENTO DIGITAL de alunos e professores.
Letramento digital pode ser simples conhecimento básico e sua utilização banal ou tornar-se mais amplo e forte com a utilização das mídias e uma tomada de consciência da realidade de forma mais global. As possibilidade de ensino são multiplicadas no processo digital, porém, segundo Valente, "sem a presença do educador letrado digitalmente será difícil pensar que as novas tecnologias podem, sozinhas, revolucionar a educação". Nesse sentido, cabe dimensionar nosso campo de visão em face das novas mídiias e tecnologias, ampliando possibilidades de inovar, criar novos modelos de aprender e ensinar, recriando, reavaliando, enfim, contribuindo com atualidade, adaptação e transformação.
A seguir, algumas considerações importantes sobre alfabetização e letramento sob uma nova ótica de análise:
Alfabetização Tecnológica do Professor
SAMPAIO E LEITE, 1999
A seguir, algumas considerações importantes sobre alfabetização e letramento sob uma nova ótica de análise:
Alfabetização Tecnológica do Professor
SAMPAIO E LEITE, 1999
“Se hoje as tecnologias são parte do cotidiano das pessoas e contêm aspectos de sua cultura, sendo, no caso da mídia, promotoras de socialização, junto com a família e a escola (Belloni, 1991), esse tipo de alfabetização não pode ser dissociada da educação geral, da formação do cidadão. E para isso faz-se necessária a intervenção da escola no sentido de propiciar sistematicamente a interpretação das mensagens veiculadas nos meios de comunicação eletrônicos e a familiarização com a estética, a linguagem e o funcionamento das tecnologias em geral.”
“A forma de a educação preparar as pessoas para o mundo tecnológico é fazer do aluno um sujeito reflexivo, que domina a técnica, que tem cultura geral e visão crítica para utilizar a tecnologia com “sabedoria”.
“Se as tecnologias fazem parte da vida do aluno fora da escola..., elas devem fazer parte também da sua vida dentro da escola. Um dos motivos para que assim seja está na constatação de que o sucesso do aluno na escola, no trabalho e na vida depende, entre outras coisas, da capacidade do professor de incorporar as experiências e conhecimentos dos alunos, utilizando-os como ponto de partida e como referência para a sistematização de conteúdos, para o desenvolvimento de uma visão crítica sobre a realidade..."
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