sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Leitura e Cérebro

LEITURA TEM QUE COMEÇAR ANTES DOS 10 ANOS
(Daniela Falcão, Folha de São Paulo)


Você sabia que começar a ler antes dos 10 anos de idade contribui para o desenvolvimento do cérebro? Pesquisas científicas revelam que a leitura é um caminho eficiente para o desenvolvimento cerebral:
Crianças que nunca ouviram histórias ou que não desenvolveram o hábito de leitura até os 10 anos perdem a chance de enriquecer as áreas do cérebro ligadas à linguagem e ao controle das emoções.
Embora parte da capacidade cerebral de uma criança já esteja determinada na hora em que ela nasce, o ambiente em que vive nos dez primeiros anos contribui decisivamente na formação e manutenção das conexões entre os neurônios. 
Ou seja, embora a inteligência da criança seja parcialmente determinada ao nascer, as experiências a que é submetida nos primeiros anos indicarão quanto desse potencial será utilizado. 
"Quanto mais a criança for exposta à linguagem falada, escrita, lida ou cantada, maior será sua capacidade verbal e oral ao crescer. Pais que leem ou contam histórias aos filhos que ainda não sabem ler também influenciam positivamente a capacidade da criança de administrar as suas emoções". Diz o neurocirurgião Elson de Araújo Montagno doutor em Medicina pela Universidade de Berlim. 
A formação das conexões entre os neurônios ocorre das primeiras semanas de gestação até os 10 anos, quando parte delas (as que não foram utilizadas) são eliminadas. 
Para cada habilidade (raciocínio matemático, visão, linguagem etc.) há um período específico em que as ligações entre os neurônios se formam. Esse período é chamado de "janela da oportunidade".
A janela da linguagem dura do nascimento até os 10 anos. Crianças que só adquirem o hábito de ler após essa idade perdem a melhor oportunidade de maximizar o potencial cerebral com que nascem.
"É um crime privar a criança da leitura entre 6 e 10 anos. Na verdade, antes mesmo de começarem a falar os pais devem ler ou contar estórias aos filhos", diz Montagno.
O neurocirurgião recomenda que os pais transformem o hábito de ler em algo prazeroso. "Se a leitura passar a ser uma diversão na família, a criança terá muito mais facilidade em aprender a se concentrar quando estiver na escola". 
Para que a leitura beneficie o desenvolvimento cerebral de uma criança ela deve se tornar um hábito. Mas não é preciso estipular um número mínimo de livros que a criança deve ler a cada ano. 
"Cada criança tem seu próprio ritmo. O importante é que ela leia sempre, independentemente da quantidade de livros. Os que estão se alfabetizando gostam de ler a mesma estória várias vezes, até memorizar. Esse é um ótimo exercício, diz. 

Extraído do livro "Prática da Linguagem escrita e oral, Coleção Eu Gosto, de Célia Passos e Zeneide Silva, 5° ano, Companhia Editora Nacional.
Texto e imagem encontrados no espacoeducar-liza.blogspot.com/

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