domingo, 6 de fevereiro de 2011

Trajetória de Sucesso

Enviado por Mariane Thamsten -24.6.2010 |20h24m

Ex-aluno do Projeto Grael desponta no europeu de Star

Quando um grupo de representantes do Projeto Grael chegou a sua escola, em 2001, para convidar os estudantes para os cursos de vela, Samuel Gonçalves, hoje com 23 anos, não fazia ideia como o esporte poderia render na sua vida. Muito menos conquistar um terceiro lugar na categoria master do campeonato Europeu de Star (na cidade de Viareggio, Itália, de 5 a 15 de junho).
Samuca foi para o Europeu a convite do starista Luis André Reis, de Brasília, medalista de prata na Classe Snipe nos Jogos Panamericanos de 1975. Na proa de Luis, Samuel correu ao lado dos maiores velejadores do mundo na classe considerada a Fórmula 1 da vela. E lá estavam também os nossos campeões Torben Grael e Marcelo Ferreira e Lars Grael, idealizadores do Projeto Grael.
Samuel conta que em uma das regatas do Europeu ele e Luis ficaram entre os Top Ten. A felicidade foi tanta que o rapaz se jogou no mar para festejar o feito entre 132 barcos concorrentes. Parecia que tinha conquistado o título.
"Hoje, posso dizer com absoluta certeza que a minha vida é dividida em duas partes. Antes e depois de conhecer o Projeto Grael. Uma primeira oportunidade me foi dada naquele ano (2001), e a agarrei com as duas mãos, para não mais soltar. Me dediquei e, com a ajuda de grandes amigos, melhor, da família que constituí junto ao Projeto Grael, de Deus, do Clube Naval Charitas - que me acolheu - e o meu trabalho, estou colhendo alguns frutos", conta Samuel.
Adendo:
Além da Star, Samuel também corre em classes de Oceano (barcos para mais de 4 tripulantes). Ele e outros meninos do Projeto Grael são tricampeões de Ranger, no barco de Fred Hoffmann, fotógrafo e "amigo-pai" de Samuel. O jovem, que cursa Desenho Industrial, também é responsável pelo treinamento da equipe paraolímpica brasileira de vela.

Arquivo pessoal
Samuel, o segundo da direita para a esquerda, comemora terceiro lugar master
Torben Grael e Samuel Gonçalves / Arquivo pessoal
Com Torben Grael, orgulho com o troféu na mão durante a festa de premiação
Arquivo pessoal
Ao lado de Marcelo Ferreira, parceiro de Torben na Star

Arquivo pessoal
Samuel faz a proa do barco cuja vela é a de numeral 8287 (BRA)
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Enviado por Daniela de Paula -03.01.2011 |14h35m
Niterói Vela

Alunos do projeto Grael vão atravessar o Atlântico

O ano começou bem para três alunos do Projeto Grael. Samuel Gonçalves, de 23 anos, Alex Sandro Mattos, de 21, e Hallan Batista, de 22, embararam no dia 1º de janeiro para a África do Sul, de onde partem, no próximo dia 15, para a regata Cape Town-Rio.
A previsão é de que a travessia dos cerca de 25 barcos — entre a Cidade do Cabo, na África do Sul, e o porto do Rio de Janeiro — dure entre 15 e 20 dias, sem escalas.
Os jovens foram selecionados para participar da competição e vão atravessar o Atlântico a bordo de um veleiro de 41 pés, da Marinha da África do Sul, junto a outros três tripulantes sul-africanos.
Morador do Fonseca, Samuel, o mais experiente da equipe, já participou de várias competições importantes e, atualmente, faz parte da tripulação de Torben Grael. Segundo ele, umas das dificuldades do percurso será o entrosamento, já que a equipe é formada por desconhecidos e nem todos falam inglês.
— Mas as expectativas são as melhores. Essa competição é o sonho de muitos velejadores. Também espero com isso, sermos reconhecidos e conseguirmos participar de outras regatas — afirma.
Para Alex Sandro, morador do Morro do Preventório, em Charitas, a ideia é compartilhar conhecimento:
— Estou bastante ansioso e com muita vontade de mostrar para a equipe sul-africana tudo o que aprendi aqui.
O caçula Hallan, vizinho de Alex Sandro, sonha com um resultado positivo na competição.
— Ainda não conhecemos o barco nem a tripulação, mas estou bem confiante — acrescenta.
Axel Grael afirma que esse é um momento histórico para instituição e que com isso, novas oportunidades vão aparecer para outros alunos do projeto.
— Vamos mostrar que os meninos que nós formamos aqui têm capacidade para participar dessa e de todas as competições — afirma Grael.
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Edição do dia 01/02/2011
01/02/2011 21h23 - Atualizado em 01/02/2011 22h03

Jovens revelados pelo Projeto Grael conquistam título inédito para o Brasil

O quarteto brasileiro saiu da Cidade do Cabo para vencer a regata no Rio de Janeiro: foram 6,7 mil quilômetros percorridos. Eles competiram com um veleiro emprestado pela Marinha da África do Sul.

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Resumão de segunda, na terça: Alunos do Projeto Grael vencem Cape Town – Rio 2011 e fazem história

Fred, sempre ele, Hoffmann estava na área na hora do gol.
Alunos do Projeto Grael vencem Cape Town – Rio 2011 e fazem história. Robert e Bruno arrasam no Star em Miami; Bruno Fontes termina em 5º no Laser; Fernandinha/Ana em 5º e Martine/Bel em 7º no 470; Bimba e Patrícia terminam em 6º na RS:X; no Match Race, equipe de Decnop termina em 17º e Juju Senfft em 19º. Souza Ramos lidera S40 no Chile. Xandi e Kieling faturam Brasileiro de Snipe em POA. Banque Populaire V tenta bater recorde de volta ao mundo. Thomas Coville tenta bater recorde de volta ao mundo em solitário. Jantar beneficente em São Paulo arrecada dinheiro para vela paraolímpica. Foncia quebra e desiste da BWR, Virbac Paprec bate recorde de singradura dos Open 60 e lidera.  Qingdao recebe Cats da eXtreme 40. Coutts veleja de AC45 pela primeira vez. Árabes definem velejador local para próxima VOR. Batismo dos Elliott é amanhã no Veleiros do Sul. Audi renova parceria com TP52. Organização divulga datas da Copa América. World Match Tour anuncia comandante para 2011. Jovens promessas vencem no Laser 4.7. Setenta barcos confirmados no Mundial de ORC.  Chilenos vencem na S40 no Circuito Rolex Atlântico Sul.  Catotinha vence Brasileiro de OP.**
Olá querido amigo e mais que querida amiga, em retorno do seu resumão de segunda na terça, o clássico dos clássicos do jornalismo vélico intergaláctico, vamos comemorando um dia histórico na vela brasileira. No dia 15 de janeiro, precisamente 40 anos depois de primeira largada na Cidade do Cabo, zarpou a Cape Town – Rio 2011, e hoje, 17 dias depois da partida, pela primeira vez, uma tripulação de brasileiros venceu a regata. E não eram brasucas quaisquer. Oriundos de escolas públicas de Niterói, estes quatro heróis populares brasileiros, com seus gestos simples, sorrisos fáceis e sobrenomes comuns, honraram a mais alta tradição do mais nobre dos esportes, no mais desafiador de seus palcos, o oceano puro.
Samuel Gonçalves, 23 anos; Alex Sandro Mattos, 21 anos; Hallan Batista, 22 anos e Allan Tavares, 18 anos, com humildade e coragem se juntaram a outros três sul-africanos, no veleiro City of Cape Town da Marinha de lá e se lançaram ao desafio das 3.600 milhas que hoje separam estes dois continentes que já foram um só, nos tempos de Pangea há milhões de anos. Finda a jornada, estes cidadãos comuns, que não fosse a ousadia de Torben, Lars e Axel Grael e de Marcelo Ferreira, artífices do Projeto Grael, estariam talvez confinados em uma existência exígua, hoje celebram um feito raro. Amplificado pela história de vida destes quatro pequenos titãs da odisseia cotidiana de nosso povo, a conquista deles encantou o mundo e, não à toa, chegou hoje ao Jornal Nacional para ganhar a divulgação que exemplos deste tipo merecem.
Samuca, com quem tive a honra de dividir o Atlântico em nossa travessia de S40 de Floripa ao Rio, resumiu com simplicidade o encontro que o uniu, quase 11 anos atrás, ao Projeto Grael. “Minha vida é dividida em antes e depois de entrar no projeto”. Lars Grael, que fundou o projeto-mãe e depois o ampliou em suas passagens pelos governos federal e de São Paulo, foi também sintético na sua avaliação: “Hoje este não é mais o Projeto Grael, é o projeto Samuel, o projeto Alex, o projeto Allan, com e sem ‘h’. Perdemos o controle, ele foi apropriado por uma nova geração que vai além da simples profissionalização na área náutica e também começa a obter resultados esportivos relevantes. E isso é muito bom”, disse com emoção.
Este reles escriba, testemunha ocular de muito do que é feito em águas nacionais e universais, dedica este relato de hoje a estes quatro meninos. Os meninos que a despeito do que o “destino” havia traçado para eles, assim como na fábula da formiguinha surda que justamente por não ouvir que não conseguiria chegou ao topo, vieram, viram e venceram. E para desespero dos reacionários, dos cultores do passado, dos detratores da simplicidade de nosso povo, dos elitistas de plantão, entrarão em qualquer iate clube do mundo pela porta da frente, com a cabeça erguida e com a certeza silenciosa dentro de seus corações: eu sou um campeão!
Murillo Novaes/ Mari Peccicacco /  VDS / Mariana Ritter / CDJ 
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Poesia inspirada pelas reportagens apresentadas neste post, pela minha trajetória na educação e  vivência de sala de aula. Por ela, a sala de aula, passam muitos que nos ensinam e que nos fazem felizes com a felicidade deles mesmos, de seus amigos, de suas famílias.

Relato de professora

Nas fotos da reportagem 
e em todas as outras, 
o olhar do jovem vencedor já estava lá,
na sala de aula.
Olhos vibrantes que guardam
atitude positiva, empreendedora
diante da vida que se tem para viver 
e que se amplia dignamente para a vida
que se quer e pode escolher. 
 
Olhar que promete lealdade 
para enfrentar momentos únicos,
difíceis, felizes.
  Olhar que atrai convites 
de gente que sabe o que faz 
 que pode contar com o outro, 
com um escolhido especial
 e formar uma grande equipe.
 
Olhar que projeta um futuro
  onde habita coragem,
  esforço,
  vontade, 
 persistência,
resistência, paciência
segurança e fé
no tempo inesgotável de prática,
tentativas, recomeços,
realizações.
Olhar de sonho 
de qualquer um, 
dentro de si mesmo, 
um campeão.
Existem muitos campeões
no anonimato
ainda com esse olhar.
Mas, no aplauso, na comemoração,
independente de ser mais conhecido 
ou reconhecido por mais pessoas, 
quando já é feito um campeão,
  a felicidade flutua no tempo,
baila no som da rotina vivida,
no aroma dos encantos
espreitados nas esquinas,
 no sabor das incógnitas,
doces, amargas, repentinas
sentidas em turbulência
ou calmarias
de dias vividos.

Início,
antes, uma oportunidade.
  Durante, longa, árdua, insuspeitável,
  emocionante caminhada.
Agora, o que já é eterno...
ninguém toma, se apossa, inibe,
rompe, tira, faz desaparecer.
É vitória única
singular de um ser, 
como qualquer outro
que pode sentir a força do vento
às vezes desorientar,
mas segura com as mãos, 
pensamento e coração
o desejo que queima a pele
que arde no peito
por dentro, 
por fora...
que navega,
chega ao destino,
 oferece à terra 
um exemplo de ser humano,
simplesmente possível,
filho de Deus.
                                                         Nayla 2011

Parabéns aos jovens campeões brasileiros, de hoje e de outros tempos também!

3 comentários:

  1. PARA PROFESSORA NAYLA, COM CARINHO,
    SOU A MÃE DE SAMUEL(VELEJADOR), SEU ALUNO DO HENRIQUE LAGE.
    EXISTEM PESSOAS QUE SIMPLESMENTE PASSAM PELA NOSSA VIDA...OUTRAS DEIXAM MARCAS INESQUECÍVEIS...E UMA DELAS É VOCE NAYLA...
    QUE POESIA LINDA, MARAVILHOSA, EMOCIONANTE, PROFUNDA, SENSÍVEL...
    FIQUEI MUITO EMOCIONADA, MUITÍSSIMO OBRIGADO, PELO CARINHO, RECONHECIMENTO, AMOR,DEDICAÇÃO...
    HÁ!!!SE TODOS OS MESTRES FOSSEM ASSIM........
    UM BEIJO EM SEU CORAÇÃO,
    CLAUDETE(MÃE DO SAMUEL)

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  2. Obrigada,Claudete!
    Quando encontro alunos pela primeira vez, intensifico a esperança, tanto minha quanto a deles, em dias melhores para esse planeta, através de grandes exemplos que vamos colecionando pelas nossas salas de aulas, pelas informações de muitos programas, projetos, canais nacionais, internacionais... É como semear e contribuir para a fortaleza de espírito e construção edificante que cada um pode realizar. Ou pouco ou muito, a medida do que se faz está em nossa consciência, responsabilidade, na missão de existir, se aprimorar sendo fiel à essência divina que existe em todos nós.

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  3. Muito Bonita!!!! Parabéns e que essa poesia possa inspirar muitas outras pessoas.

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