A poesia ganhou um dia específico, 14 de março. Foi criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), que nasceu nessa data.
O grande escritor baiano, Castro Alves, foi poeta do Romantismo, escreveu belíssimas obras, como Os escravos e Espumas flutuantes. Sua arte revela o amor e luta por liberdade e justiça.
O poema “Navio Negreiro” é uma obra-prima com a marca do poeta, trazendo a escravidão como principal tema. Abaixo, a última parte do poema.
VI “Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
Auriverde pendão de minha terra,
Estandarte que a luz do sol encerra
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!”
Fonte: IBGE teen
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Fonte:
QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM,1980.
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