Para Cecília Meireles
Poeta da alma, poeta da vida,
poeta, minha amiga!
Seus versos me encantam,
sua voz proclama meus sonhos, devaneios,
desabafos, acalentos, fragilidades, fortalezas,
realidades, leveza,
Alucinações e magia.
Seu olhar universal em todas as dores,
cores, abraços, acenos...
Gotas de orvalho e raios de sol.
Eternidade mora aqui e ali,
em isto ou aquilo,
borboletas e danças,
meninas e tranças,
chuva e flores,
poemas e músicas,
baladas e cânticos
No espelho
Em toda natureza
Fluídica, concreta, humana
Matéria, espírito.
Você é um todo e parte,
que fica e vai...
Ai...
Um bem, um canto,
uma primavera sem fim.
(Nayla)
Cecília Meireles, poetisa, professora, pedagoga e jornalista.
Entre 1925 e 1939 dedicou-se à sua carreira docente, publicando vários livros infantis e fundando, em 1934, a Biblioteca Infantil do Rio de Janeiro (a primeira biblioteca infantil do país).
A partir deste ano ensinou literatura brasileira em Portugal (Lisboa e Coimbra) e, em 1936, foi nomeada para a UFRJ, recém-fundada.
Entre os vários livros de poesia publicados, após 1939, tem-se: Vaga Música (1942), Mar Absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Romanceiro da Inconfidência (1953), Metal Rosicler (1960), Poemas Escritos na Índia (1962), Solombra (1963) e Ou Isto ou Aquilo (temática infantil, 1964).
Escreveu também em prosa, dedicando-se a assuntos pedagógicos e folclóricos. Produziu também prosa lírica, com temas versando sobre sua infância, suas viagens e crônicas circunstanciais. Algumas de suas obras em prosa: Giroflê giroflá (1956), Escolha seu Sonho (1964) e Inéditos (crônicas - 1968).
Leveza
Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
(Cecília Meireles)
Motivo da rosa
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
por desfolhar-me é que não tenho fim.
Cecília Meireles
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