segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cecília Meireles

Para Cecília Meireles
Poeta da alma, poeta da vida,
poeta, minha amiga!
Seus versos me encantam,
sua voz proclama meus sonhos, devaneios,
desabafos, acalentos, fragilidades, fortalezas,
realidades, leveza,
Alucinações e magia.
Seu olhar universal em todas as dores,
  cores, abraços, acenos...
Gotas de orvalho e raios de sol.
Eternidade mora aqui e ali,
em isto ou aquilo, 
borboletas e danças,
meninas e tranças,
chuva e flores,
poemas e músicas, 
baladas e cânticos
No espelho
Em toda natureza
Fluídica, concreta, humana
Matéria, espírito.
Você é um todo e parte,
que fica e vai...
Ai...
Um bem, um canto,
uma primavera sem fim.
                     (Nayla)                             
Cecília Meireles, poetisa, professora, pedagoga e jornalista.
Entre 1925 e 1939 dedicou-se à sua carreira docente, publicando vários livros infantis e fundando, em 1934, a Biblioteca Infantil do Rio de Janeiro (a primeira biblioteca infantil do país).
A partir deste ano ensinou literatura brasileira em Portugal (Lisboa e Coimbra) e, em 1936, foi nomeada para a UFRJ, recém-fundada.
Entre os vários livros de poesia publicados, após 1939, tem-se: Vaga Música (1942), Mar Absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Romanceiro da Inconfidência (1953), Metal Rosicler (1960), Poemas Escritos na Índia (1962), Solombra (1963) e Ou Isto ou Aquilo (temática infantil, 1964).
Escreveu também em prosa, dedicando-se a assuntos pedagógicos e folclóricos. Produziu também prosa lírica, com temas versando sobre sua infância, suas viagens e crônicas circunstanciais. Algumas de suas obras em prosa: Giroflê giroflá (1956), Escolha seu Sonho (1964) e Inéditos (crônicas - 1968).
Leveza
Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
(Cecília Meireles)

Motivo da rosa
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecília Meireles

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