A introdução de diferentes ferramentas também muda rotinas de aprendizado
Com a disseminação de tablets e smartphones na educação,
inclusive nas séries mais básicas, o número de games, apps e softwares
que ajudam na alfabetização das crianças está aumentando rapidamente.
Esses programinhas, cada vez mais interativos, animados e sofisticados,
têm desempenhado importante papel não apenas no momento de ensinar as
primeiras palavras, mas também no segundo passo, o de aumentar as
habilidades das crianças em escrita e leitura.
A Edweek, revista norte-americana especializada em
educação, reuniu quatro tendências que têm acompanhado a alfabetização
nos dias de hoje e deu exemplos de ferramentas que comprovam cada uma
das tendências. O Porvir também elencou iniciativas brasileiras.
Confira:
1 - Interação
Percebida, crescentemente, a partir de jogos e
opções multimídia em livros digitais. As editoras têm feito grandes
avanços na incorporação de mídias interativas em livros eletrônicos para
os alunos de todas as idades. Um novo estudo da Campaign for
Grade-Level Reading – um esforço colaborativo de organizações sem fins
lucrativos, fundações e educadores do governo norte-americano para
aumentar o número de estudantes de baixa renda que leem no nível
adequado para a sua idade – descobriu, a partir da análise de 137 livros
digitais disponíveis no iTunes, que quase 95% possuíam áudios com
narração.
Um quarto permitia que os estudantes gravassem
sua própria voz e quase metade destacava as palavras enquanto as
histórias eram lidas, permitindo que os alunos acompanhassem a leitura.
Cerca de 65% tinham jogos e atividades interativas. No Brasil, apesar de
a indústria de e-books ainda estar engatinhando, as grandes editoras já
entraram de cabeça nesse mercado.
2 - Ambientes personalizados
Jogos, apps e softwares que detectam o nível das
habilidades dos alunos estão se tornando cada vez mais comuns. A Edweek
cita os exemplos da Lexia Learning’s Reading Core5 e o Journeys Common
Core Assessment App, ambos são ambientes virtuais de aprendizagem
interativos voltados para o currículo norte-americano.
No Brasil, especificamente para a alfabetização, a
Secretaria Municipal de Educação do Rio desenvolveu uma plataforma
chamada Pé de Vento
, da qual já falamos aqui. Nesse ambiente de aprendizagem, as crianças
começam seu letramento em uma aventura gamificada. Para avançar de fase,
os alunos precisam completar as tarefas. O Ludo Primeiros Passos
também é um exemplo de game para alfabetização que se baseia na
interação para estimular as crianças. On-line e gratuito, o jogo ensina a
associar os sons a imagens. Conforme eles vão avançando e a dificuldade
vai aumentando, eles precisam reconhecer sílabas ou completar palavras.
3 - Criação de histórias
Usando gravações de voz, animações e galeria de fotos e
desenhos, muitos apps permitem que os estudantes criem e contem suas
próprias histórias em formatos digitais. Aplicativos como o Toontastic,
criado pela Faculdade de Educação de Stanford e pelo Zeum, museu
infantil em São Francisco, permite que alunos escolham um conjunto de
diferentes cenas para criar uma história com pitadas de conflito,
desafio, um clímax e a solução do problema. Já o aplicativo PlayTime
Theater, criado por uma empresa chamada Make Believe Worlds, permite que
os alunos ciem um show de marionetes virtuais e suas vozes servem como
narradores de diálogo. O aplicativo grava o show, para que ele possa ser
guardado e reproduzido.
4 - Envolvimento dos pais
Pesquisas têm mostrado que o envolvimento dos pais com as
crianças em momentos de leitura pode aumentar a quantidade de
informação que a criança absorve tanto de livros tradicionais quanto dos
eletrônicos ou outra mídia digital. Ferramentas têm aumentado esses
momentos de conexão entre pais e filhos em várias formas, como o Pocket
Literacy Coach, que envia mensagens com ideias de atividades envolvendo
leitura para o celular dos pais.
Já o Wonderopolis é um site criado pela National Center
for Family Literacy, uma organização que se dedica a melhorar a leitura
nas famílias. No site, a sessão “Wonders of the Day” foi desenhada para
estimular a criatividade e a colaboração entre pais e filhos, além de
aumentar o vocabulário da criança.
Algumas ferramentas têm tentado promover momentos de
leitura conjunta entre pais e filhos, mesmo que eles estejam distantes
fisicamente. É o caso da Story Before Bed, um site que permite que pais,
avós, tios ou professores gravem sua voz enquanto leem um livro
digital. Depois, eles podem enviar esse arquivo para qualquer criança e o
aúdio pode ser usado em tablets ou outros dispositivos móveis.
Leia mais: Tecnologia ajuda ou atrapalha na aula?
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