A comemoração do aniversário de São Paulo pode levar para dentro das escolas conteúdo importante a ser debatido e reeditado por alunos, profissionais, educadores: Verdades e Mitos em nossa História.
Curiosidades, novas leituras, reportagens especiais, atualidades, comemorações nacionais, internacionais devem compor manchetes, preencher murais educacionais, para que se mantenha viva, atualizada, dinâmica a evolução diária de conteúdos no espaço escolar.
Alunos, professores, lado a lado, devem permanecer dentro do seu tempo, dialogando, debatendo coisas de hoje, de ontem, com os olhos no futuro, autonomia, equilíbrio, bom senso, humildade. Questionamentos, problematizações, além de promover o desenvolvimento do senso crítico e de reflexões amadurecidas, significam atualização, adequação, reorganização física e mental, redirecionamento e, principalmente, mudança comportamental.
Nesse sentido, vamos abrir jornais, revistas, canais virtuais de hoje, de amanhã e enriquecer conteúdos, utilizar arquivos multidiscipinares que, surpreendentemente, renovarão nossas salas de aula, durante todo o ano.
Por Nayla, inspirada pelo Artigo da Folha.uol.com exibido a seguir.
Apesar da aura mítica, bandeirante era assassino do sertão
RICARDO MIOTO
SABINE RIGHETTI
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Ainda que estradas, avenidas e palácios levem seus nomes, os bandeirantes eram mais assassinos do que heróis desbravadores.
É o que mostram os relatos sobre esses responsáveis pelo frutífero negócio de trazer índios do interior do país para a escravidão no século 17.
Segundo o relato de jesuítas, "na longa caminhada até São Paulo, chegam a cortar braços de uns [índios] para com eles açoitarem aos outros". Mais: "matam os velhos e crianças que não conseguem caminhar, dando de comida aos cachorros".
Nomes como Raposo Tavares, Fernão Dias e Domingos Jorge Velho com frequência apareciam associados à violência e a assassinatos.
Não foi apenas moral a ilusão criada sobre os bandeirantes, porém. Até suas roupas são retratadas de maneira errada. Não usavam, por exemplo, botas, nem que o destino fosse muito longe: o próprio Jorge Velho foi descalço de São Paulo ao Piauí.
A aparência corpulenta e a pele alva das pinturas também não são reais.
"A maioria era filho de branco com índia, com a pele mais escura", diz Manuel Pacheco, da Universidade Federal da Grande Dourados. "A alimentação era restrita. O bandeirante gordo dos quadros é muito improvável."
Esse mito dos bandeirantes foi consolidado após décadas de "marketing".
A imagem heroica foi incentivada com a ascensão dos cafeicultores paulistas à elite econômica do Brasil, no fim do século 19. A partir de 1903, essa orientação foi incorporada à política, e o governo estadual passou a bancar obras de arte que apoiassem essa aura mítica.
Com o passar dos anos, o mito foi sendo incorporado a outros grupos, que queriam se associar a essa imagem de coragem. Entram aí os constitucionalistas de 1932, o governo Vargas e até a ditadura militar.
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