sexta-feira, 16 de março de 2012

Hipertexto na Escola

Modelos para a escola reproduzir ou criar podem ser grandes ou pequenas produções do dia a dia, ou deliciosos momentos de espetáculo, ou observações e participações suficientes para nos contagiar e despertar a vontade de criar e encenar em nossas escolas, com nossas possibilidades, mas, acima de tudo, com nosso vigor e alegria para transformar rotina em bonitos feitos a iluminar corredores e salas de aula. 

O cotidiano está repleto de manifestações e talentos. Existem, no encantamento das horas, inspiração e energia a seduzir corações e mentes sensíveis que se renovam a cada dia.

De um ponto, simples frases tocam a inspiração e se desdobram, se multiplicam  em reflexos de imaginação, materializando-se, quase que instantaneamente, não fosse o ciclo das horas a marcar dias de afinco e dedicação para o nascimento da obra. Como "O Curioso Caso de Benjamin Button",  conto de F. Scott Fitzgerald cuja ideia é oriunda de uma frase de outro grande escritor, Mark Twain, que disse ser uma pena a vida começar na melhor parte e terminar na pior. A partir disso, Fitzgerald compôs uma trama na qual o personagem Benjamin Button nasce velho e vai rejuvenescendo, mas vai se comportando de acordo com a idade que tem fisicamente. Por exemplo, com menos de cinco anos gosta de fumar charutos e ler enciclopédias;  no fim da vida, adora brincar de soldadinhos e ir ao zoológico com a babá.

De outro canto, surge o conto que canta baixinho nos ouvidos do artista que existe em todos nós. Então, a dança aparece e se expressa sem pressa até os ensaios findarem. Na rotina, sinta a energia que embala o sentimento e contagia... e contagia...

Assim nascem palavras da alma de poetas que trilham linhas de aventura na arte de refletir, escrever e materializar sonhos e realidades. 

Nayla 2011

Adaptação em quadrinhos da história fantástica de Benjamin Button

Arte em hipertextos

Imagens do espetáculo "Lua Cambará", montado pelo grupo Aria Social (PE), após seis meses de ensaios 

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FOTOS: FERNANDO AZEVEDO
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9/1/2011
"Lua Cambará", do escritor cearense Ronaldo Correia de Brito foi mote para produções de diversas linguagens artísticas. Este ano, um grande espetáculo de dança estrelado pelos pernambucanos da Aria Social promete marcar a história de releituras do conto

O "texto" original foi ouvido do pai, uma épica do sertão dos Inhamuns passada através de gerações. Na década de 70, o jovem Ronaldo, com apenas 19 anos, escreveria as reminiscências da narrada mitologia em forma de conto e, a partir daí, daria início a uma sequencia de obras de arte, de fluxos criativos, possíveis por meio de sua literatura.

O mirrado "Lua Cambará" logo se tornaria roteiro de cinema, filme para a televisão e peça de teatro e, neste ano, um pomposo espetáculo de música e dança com 50 bailarinos no elenco e canções interpretadas ao vivo. Produzida pela companhia Aria Social, de Pernambuco, "Lua Cambará", do cearense Ronaldo Correia de Brito, ganha mais uma linguagem para sua longa lista de releituras.

História
A protagonista dá nome ao conto. A moça Lua Cambará é fruto da cobiça do coronel Pedro Cambará, que estupra uma escrava negra. Numa sociedade machista, Lua disputa com as mesmas armas dos homens para se afirmar. "O Ceará é um lugar de muitas mitologias, que infelizmente foram se perdendo ao longo dos anos, mas eu ainda vivi muito desse ambiente", aponta o autor.

"A história de Lua Cambará surge a partir do ´mito do corpo seco´, como se chamava. A mulher morre, mas o corpo desaparece e, no lugar dele, é enterrado um tronco. Isso é um tanto grego, um tanto espanhol. Tem traços de muitas culturas", comenta Ronaldo Correia.

A parceria do escritor com outro cearense, Francisco Assis Lima, garantiu o início de uma experimentação que logo se tornaria símbolo do trabalho de Ronaldo.

Ainda na década de 70, Ronaldo e Assis roteirizam "Lua Cambará", filmado em super 8. Poucos anos depois, Antônio Madureira completa o time de parceiros, compondo músicas baseadas no conto para a criação de um espetáculo. Somente na década de 90 é que Madureira, Assis e Ronaldo montam "Lua Cambará" em forma de uma ópera balé, com coreografias do tcheco Zdenek Hampl. O espetáculo chegou a ficar em cartaz no Theatro José de Alencar (TJA), em Fortaleza.
Em 2010, o grupo Aria Social, de Jaboatão dos Guararapes, interior de Pernambuco, decidiu partir de "Lua Cambará" para criar uma mega-montagem, com 52 bailarinos cantores em cena, além de seis músicos, que executarão as canções do espetáculo ao vivo. A apresentação homenageia aos 20 anos da última vez em que se montou Lua Cambará.

Capilaridade
"Minha literatura é algo que pode virar um conto, um teatro, um filme... A minha obra tem sempre essa perspectiva, é como eu vejo a arte: algo dinâmico, capaz de assumir qualquer forma", explica Ronaldo. Segundo ele, "Lua Cambará" já foi até tema de uma exposição de artes plásticas. Essa capacidade de produzir hipertextos é uma das características mais marcantes da obra de Ronaldo, um dos escritores cearenses mais bem aceitos pelo mercado nacional.
"Cerca de 21 dias depois de eu ter lançado ´Retratos Imorais´, Walter Carvalho, o cineasta, chegou na minha casa pedindo os direitos do livro pra que ele pudesse fazer um filme. Ele disse que os contos todos se entrelaçavam de um jeito que mais pareciam um roteiro pronto", revela Ronaldo. Para o escritor, Walter, ao ler o livro, leu um filme. "A obra provoca isso, a intenção é causar transtornos. O livro transtornou o Walter e do mesmo jeito ele pode mexer com roteiristas de teatro, pintores, poetas, escultores. Um verdadeiro hipertexto se formando", afirma.
Uma das particularidades de Ronaldo que garante a continuidade do trabalho, que tem angariado premiações e colocações nas listas dos melhores livros do ano, segundo ele, é sua disciplina e dedicação ao ato da escrita. "Estou sempre inventando coisas novas, sempre. Não acredito em inspiração e sim em trabalho", defende.
O escritor diz não possuir uma musa inspiradora e não necessitar de um ritual para garantir sua produção. "O trabalho é que é a inspiração. Quanto mais produzo, mais quero continuar fazendo. Vão surgindo novas ideias à medida em que trabalho", explica. Neste ano, deve lançar uma coleção de crônicas e uma trilogia para teatro.

Cronologia
1970 - Ronaldo Correia de Brito escreve a primeira versão de "Lua Cambará", na forma de conto.

1975 - Baseados no conto, Ronaldo e Assis Lima escrevem um roteiro para cinema.

1975 a 1977 - Com direção de Horácio Carelli e Ronaldo Correia de Brito, "Lua Cambará" é filmado na bitola super 8, com Avelina Brandão no papel título.

1977 - Estreia de "Lua Cambará", com música de Antonio Madureira, gravada pela orquestra Romançal. Início da parceria Antonio Madureira, Ronaldo Correia de Brito e Assis Lima.

1979 -" Lua Cambará recebe versão em vídeo e é veiculado à televisão, nas emissoras TV Cultura e TV Educativa.

1990 - Madureira, Assis Lima e Ronaldo gravam um disco com a versão musical de "Lua Cambará". A Companhia Sopro-de-Zéfiro, que mais tarde daria origem ao grupo Aria, encena a ópera balé com coreografia de Zdenek Hampel. Cecília Brennand, hoje coordenadora do Aria, interpretava a protagonista. Beth Gaudêncio assina os figurinos e pinta uma série de quadros inspirados no espetáculo.

1991 - O espetáculo é filmado para TV por Marcelo Pinheiro e Lírio Ferreira.

2001 - Rozemberg Cariry filma "Lua Cambará" em 35mm, com Dira Paes e Chico Diaz nos papeis principais.

2003 - Ronaldo Correia de Brito reescreve o conto e o insere no livro "Faca", editado pela Cosac&Naify.

2010 - Nova encenação do espetáculo, com música ao vivo, por professores e alunos do Aria Social, comemorando os 20 anos da apresentação.

créditos da pesquisa: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=914864 

 

Teatro na Escola

Criar uma peça pode ser um laboratório muito rico de aprendizagem pessoal, relacional, cognitiva, produtiva.
Autor:Arquivo pessoal / Portal do Professor

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